O
projeto de lei orçamentária que a Prefeitura propõe para vigorar em 2020 e
encaminhou à apreciação e votação da Câmara de Vereadores de São Luís foi
discutido nesta segunda-feira (21), à tarde, em audiência pública realizada
pela Comissão de Orçamento do Legislativo, presidida pelo vereador Gutemberg
Araújo (PRTB).
A
proposta de lei prevê uma receita bruta aproximada de 3 bilhões, 497 milhões,
698 mil, 924 mil reais e dois centavos contra uma despesa de igual montante,
sendo que, excluídos os gastos vinculados de toda ordem, sobram apenas 10,13%
do total – 354 milhões, 236 mil, 37 reais e 34 centavos – para investimento em
obras no Município.
O
secretário de Planejamento, José Cursino Raposo, informou que 70,4 por cento
dos recursos estão vinculados a despesas com educação (685 milhões, 351 mil,
746 reais) e saúde (938 milhões, 732 mil, 999 reais). Ele frisou que o
Executivo só disporá de 354 milhões, 236 mil 37 reais e 34 centavos (10,13% da
proposta) para investir em obras e estima que seria razoável que a Prefeitura
pudesse aplicar, pelo menos, 1 bilhão de reais para atenuar as carências em
obras de toda ordem na municipalidade. Cursino frisou que agora caberá aos
vereadores emendar a proposta no que couber das verbas que estão fora das
vinculações de lei e despesas obrigatórias.
O
vereador Gutemberg informou que nesta quarta-feira, 23, à tarde, a comissão
também discutirá a lei orçamentária e seus marcos legais em seminário no
plenário da Câmara, oportunidade em que os vereadores irão debater as emendas
impositivas e sua operacionalização pelo Executivo municipal. Participaram da
audiência e fizeram indagações os vereadores Raimundo Penha (PDT), Concita
Pinto (Patriota), Pavão Filho (PDT), Marquinhos (DEM), Ricardo Diniz (PRTB),
Genival Alves (PRTB), Paulo Victor (PTC) e Silvino Abreu (PRTB). Como
secretários estavam presentes os de Administração, Mirtes Rodrigues, e o
controlador geral do Município, Jakson Rodrigues.
Pavão
Filho, por exemplo, quis saber do secretário de Planejamento como o Executivo
vê a adoção das emendas impositivas, cuja prática já vigora na relação entre o
Congresso Nacional e o governo da República. José Cursino disse que o Executivo
não vê problema na adoção da medida e que basta os vereadores emendarem o
projeto de lei, mostrando como desejam que a operacionalização seja feita.
ARRECADAÇÃO
Marquinhos
e Raimundo Penha, em face da necessidade de a Secretaria de Fazenda aumentar a
receita tributária, indagaram o secretário porque a Prefeitura ainda não
encaminhou à Câmara a relação solicitada dos 100 maiores devedores, Cursino e o
controlador ressaltaram que essa situação é delicada, em razão do sigilo
fiscal, mas que alguns órgãos da União já estão encontrando saídas para tornar
esses dados acessíveis. Raimundo Penha aproveitou a revelação e comentou que já
há juízes decidindo em favor da disponibilização dos dados em processos na Justiça,
e que essa tramitação é pública e o acesso é permitido. Por sua vez, Concita
Pinto reclamou da Secretaria de Fazenda uma ação mais enérgica junto aos
comerciantes coreanos para que paguem o Alvará e o ISS. Gutemberg elogiou a
proposta de lei em razão da redução dos recursos financeiros da Secretaria de
Comunicação, do aumento da verba para a saúde e a cultura, mas lamentou a
redução de dinheiro para outras, que julga importante, no que o acompanhou
Ricardo Diniz, citando o atraso nas transferências para escolas comunitárias em
dia com suas obrigações.
Além
do seminário, a Comissão de Orçamento estabeleceu um cronograma que inclui como
prazo final para a entrega das emendas parlamentares ao projeto de lei
orçamentária do Executivo dia 18 de novembro. O vereador Gutemberg anunciou que
pretende entregar ao presidente da Câmara, Osmar Filho, seu relatório com
parecer ao projeto no dia 13 de dezembro.
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