quinta-feira, 16 de abril de 2020

Deu na Folha de S.Paulo: Maranhão montou uma operação de guerra para trazer respiradores


O jornal Folha de S.Paulo conta, nesta quinta-feira (16), os bastidores da operação que trouxe 107 respiradores da China até o Maranhão. Os aparelhos chegaram na noite de terça-feira para ser usados por pacientes com coronavírus.

De acordo com a coluna Painel, “o governo do Maranhão precisou montar o que tem chamado de uma operação de guerra com o envolvimento de 30 pessoas e custo de R$ 6 milhões”.

Isso porque EUA e Alemanha têm atravessado o pedido feito no mercado internacional. Esses dois países têm, na prática, impedindo a compra de respiradores que não sejam para eles mesmos.

Além disso, o próprio governo federal brasileiro é um entrave. A Folha lembra que, em março, o governador Flávio Dino já tinha reservado a compra de um lote de respiradores de uma fábrica de Santa Catarina, mas que a gestão Bolsonaro bloqueou a transação e distribuiu os equipamentos conforme seus critérios.

Uma nova tentativa, com a China, foi frustrada pela Alemanha. E, depois, pelos Estados Unidos. Isso não aconteceu apenas com o Maranhão, mas com outros Estados e países.

Foi, portanto, preciso montar um plano de guerra. “Com a ajuda de uma importadora maranhense, o governo estadual passou a negociar com uma empresa de Guangzhou, que enviou os respiradores para a Etiópia, com o objetivo de escapar do radar da Europa e dos EUA”, diz a coluna Painel.

Ao jornal, o secretário estadual Simplício Araújo, de Indústria e Comércio, que coordenou a empreitada, conta que o cargueiro que saiu da China e aterrissou em São Paulo teve o frete pago pela mineradora Vale.

“Ao chegar a São Paulo, a mercadoria foi colocada em avião fretado da Azul e mandada para o Maranhão, para só lá ser desembaraçada na Receita”, acrescenta o jornal.

O jornal continua: “A liberação na alfândega não foi feita em SP para evitar que o governo federal retivesse os respiradores, como tem acontecido. A operação durou 20 dias”.

“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores”, diz Simplício. 

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