O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Edson Fachin, homologou hoje (18) a delação premiada dos irmãos Joesley
Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS. A informação foi confirmada pela
assessoria da Corte. As delações permanecem sob sigilo de Justiça.
Os
empresários firmaram o acordo com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito
da Operação Lava Jato. Fachin é o relator da operação no STF.
No
início da noite de ontem (17), o jornal O Globo publicou reportagem, segundo a qual, em
encontro gravado, em áudio, pelo empresário Joesley Batista, o presidente
Michel Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao
ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que
esses ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba.
De
acordo com a reportagem, outra gravação feita por Batista diz que o presidente
do PSDB, senador Aécio Neves (MG), teria pedido R$ 2 milhões ao empresário. O
dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio. A entrega foi registrada em
vídeo pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que
o montante foi depositado numa empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Na manhã
de hoje, a PF fez bucas na casa e no gabinete do senador em Brasília e em
endereços relacionados a ele no Rio de Janeiro. A irmã do parlamentar, Andrea
Neves, foi presa em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Respostas
A
Presidência da República divulgou nota na noite desta quarta-feira (17) na qual
informa que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para
obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em
Curitiba, na Operação Lava Jato.
Em nota,
a assessoria de Aécio Neves disse que o senador "está absolutamente
tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. No que se refere à relação
com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer
envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das
informações para prestar todos os esclarecimentos necessários".
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