O primeiro vice-presidente da Assembleia
Legislativa do Maranhão, deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) - ao lado do
prefeito Carlinhos Barros, do secretário estadual de Articulação Política,
Márcio Jerry, e do titular da Agência Metropolitana, Pedro Lucas Fernandes -
acompanhou a abertura dos Festejos de São Raimundo Nonato dos Mulundus em
Vargem Grande, a 178 Km de São Luís. Este ano, o evento religioso conta também
com o apoio do parlamentar por meio de emenda, além de uma parceria conjunta
que envolve governo do Estado, prefeitura e entidades engajadas pelas
homenagens ao conhecido santo dos vaqueiros.
Segundo o
deputado Othelino Neto, é importante que o parlamentar possa usar suas emendas
também para estimular eventos religiosos como esses, com a participação de
milhares de pessoas. “É um momento muito marcante, onde milhares de pessoas
manifestam fé e devoção. Quero destacar a organização dos festejos. Todos estão
de parabéns”, disse o vice-presidente da Assembleia.
O prefeito
lembrou que as homenagens a São Raimundo Nonato dos Mulundus se tratam de um
dos maiores festejos religiosos do Nordeste e do Brasil, de caráter acolhedor e
de identificação forte. Vargem Grande é conhecida, no país, pela grandiosidade
desse evento.
Carlinhos
Barros (PCdoB) destacou ainda que os festejos desse ano acontecem em ruas e
avenidas pavimentadas, graças a uma parceria com o governo do Estado por meio
do programa Mais Asfalto. “Vamos asfaltar todas as ruas com a ajuda do
governador Flávio Dino. A cidade vai ganhar, nos próximos dias, o restaurante
popular, uma escola técnica, o Iema, e vamos intensificar os esforços para
resolvermos o problema da água no município”, garantiu.
Márcio
Jerry também prestigiou a abertura dos Festejos de São Raimundo Nonato dos
Mulundus, representando o governador Flávio Dino (PCdoB). “Vim trazer o abraço
do governador que estará presente no encerramento do evento no próximo dia 31
de agosto”, disse.
Márcio
Jerry também destacou a execução do programa Mais Asfalto em Vargem Grande que
deixou ruas e avenidas pavimentadas também para os Festejos de São Raimundo.
“Podemos notar a presença muito forte do governo, em Vargem Grande, também
nesta área da infraestrutura em parceria com a prefeitura”, frisou o secretário
estadual de Articulação Política.
A
tradicional romaria partiu às 06h da Igreja Matriz, em Vargem Grande, até o
povoado de Paulica, onde foi realizada uma missa campal, nesta terça-feira
(22). Os festejos seguem até o próximo dia 31 de agosto e reúnem milhares
de fiéis, entre pecuaristas e vaqueiros, que percorreram, nesta terça-feira
(22), o percurso de cinco km em cavalos, mantendo uma histórica tradição.
A
tradicional romaria
A romaria,
que é um momento de oração e de reflexão de toda a comunidade católica e de
fiéis de todos os cantos do país, reúne, anualmente, pagadores de promessa,
políticos e curiosos que acompanham o movimento.
Nesses
dias, o vaqueiro deixa a lida no campo mais cedo. Se veste com todo o capricho
e vence as distâncias do sertão para rezar ao padroeiro. Na abertura dos
festejos, eles se juntam a milhares de romeiros ainda na madrugada, unidos pela
devoção a São Raimundo Nonato dos Mulundus. Um vaqueiro que morreu há 200 anos,
durante a lida com o gado, ganhou fama de milagreiro e se tornou santo na
região.
A missa campal
e o canto emocionado diante da cruz são gestos de adoração ao santo
vaqueiro. São Raimundo Nonato dos
Mulundus não é reconhecido pela Igreja Católica. Por isso, a imagem atrelada a
outro Raimundo Nonato, o santo espanhol. Mas, isso não faz diferença na vida
dos romeiros. Ele viveu nas redondezas, há mais de 200 anos, e foi santificado
pela fé popular.
Conta a história local que Raimundo Nonato era um vaqueiro do povoado
de Mulundus e teria morrido na lida para pegar o gado na caatinga. Com o passar
dos tempos, levou fama de milagreiro na região.
A romaria marca a abertura dos Festejos de São Raimundo.
Depois de três horas de caminhada, os romeiros, movidos pela fé, chegaram ao
destino.
História
do santo de Vargem Grande
Um jovem
vaqueiro da fazenda Santa Maria, onde se localiza o povoado de Mulundus, a 30
km da sede do município de Vargem Grande, quebrou o pescoço quando campeava o
gado e o cavalo chocou-se com uma palmeira de babaçu. Três dias depois, o corpo
de Raimundo Nonato foi encontrado intacto e um inexplicável perfume recendia no
ar.
O vaqueiro
foi transformado em santo e venerado pelos escravos e moradores, após o milagre
que salvou a vida do dono da fazenda. Mas o corpo desapareceu, surgindo
hipóteses apontadas pelo escritor vargem-grandense Jether Joran Martins: “a
Igreja o teria levado para Roma; subiu ao céu; o povo o carregou etc.”
(Histórias & Estórias da Minha Cidade, 2002).
A imagem
do vaqueiro doada pela sinhazinha para a capela erguida no local “também
desapareceu”, diz o escritor. Porém, dona Luíza Nina Rodrigues (mãe do etnólogo
maranhense Nina Rodrigues) mandou vir outra de Portugal. Mas, “para a surpresa
dela e do povo, veio a de São Raimundo Nonato da Espanha, libertador dos
escravos da Ordem dos Mercedários”.
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